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O dia que o morto falou ( por Priscila Siqueira)

O causo da Mestra Proeira

Crônica de Priscila Siqueira

Priscila Siqueira, ex-Agência Estado, é mestra proeira da Cancioneiro

 

 

 

Esse “causo” me foi contado por uma idosa senhora de Curitiba:

Antigamente, no interiorzão do Paraná, quando morria uma pessoa importante, um
“coronel”- dono de fazenda ou uma pessoa querida na comunidade, usava-se fazer um
velório com muita comida e principalmente muita pinga, para receber os amigos do morto.
De certa forma, um velório significava uma festa onde seriam encontrados muitos amigos
e compadres que moravam distante e pouco se viam.
Num destes velórios concorridos, que durava a noite inteira, muitos já estavam dormindo

pelos cantos da sala, curtindo a bebedeira. Mas eis que – também resultado da pinga-
começou uma briga entre alguns dos compadres presentes no velório. Empurrão vai,

empurrão vem, e o caixão do defunto acaba no chão. Assustados os beligerantes pegaram o
corpo e o recolocaram no ataúde.
Na manhã seguinte, com alguns já meio acordados, o féretro estava pronto para sair ao
cemitério. Quando vão fechar o caixão, depois de muita choradeira das mulheres, o
“morto” de olhos esbugalhados grita: ”Estou vivo, estou vivo”…
Foi uma bagunça geral! |A viúva desmaiou, o pessoal saiu correndo com medo do
fantasma quando, finalmente perceberam que o verdadeiro defunto estava caído no chão
no meio de outros pinguços. Na hora da briga, haviam trocado o corpo do falecido por
outro que dormia placidamente curtindo sua bebedeira.

Leia também de Priscila Siqueira

https://editora.cancioneirocaicara.com.br/dona-aparecida-a-cida-do-dito-ou-dita-do-lino/

 

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Priscila Siqueira

Priscila Dulce Daledone Siqueira Nasceu Ponta Grossa, PR, em 1939. Cursou jornalismo UFRJ; Foi pioneira no jornalismo ambiental. É uma das fundadoras do Movimento de Preservação de São Sebastião e da Sociedade de Defesa do Litoral Brasileiro, além de ser uma das fundadoras da SOS Mata Atlântica. Foi professora da Escola Normal de São Sebastião

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